O que as placas de carro alemãs têm a ver com a Idade Média?

Por que as placas de carro alemãs, de algumas cidades do norte do país, começam com H, mesmo que a cidade não tenha H no seu nome?

Esta é uma homenagem à Liga Hanseática, fundada em 1356 por grupos de comércio no norte da Alemanha e com atuação nos mares Báltico e do Norte. As principais cidades dessa liga eram Lübeck, Bremen e Hamburgo. Isso agia como uma espécie de contraponto às feiras ao sul da Alemanha.

Em princípio, as cidades da Liga Hanseática atuavam mais localmente, mas com o tempo foram expandindo o comércio para o exterior, estabelecendo unidades em outros territórios, como Bélgica, Holanda, Inglaterra, Polônia, Rússia, entre outros.

O que ela comercializava? Desde matéria-prima, especialmente vinda do oriente, até produtos manufaturados do ocidente. Os comerciantes da Liga vendiam lã, peles, couro, grãos, linho, arenque, sal, vinho, cerveja, e até ferramentas e madeira. 

Apesar da Liga ter entrado em decadência no século XVI e sido extinta no século XIX, algumas cidades do norte, como Hamburgo, Bremen e Lübeck, mantiveram a tradição e o orgulho de ser cidades Hansa, daí a questão das placas dos carros. Inclusive o nome da companhia aérea Lufthansa também faz referência à Liga Hanseática.

Você sabia das conexões da Liga Hanseática com essas cidades? E com a Lufthansa?

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O que era ser saudável ou doente antes do século XIX? Entenda a medicina humoral

Durante a maior parte da história da civilização europeia, a resposta para o que é um corpo saudável foi diferente da atual (e super recente, tipo seus bisavós) medicina. Desde a Antiguidade até o fim do século XIX, a medicina humoral previa que saúde significava o equilíbrio entre quatro fluidos corporais, representados por elementos: o sangue (ar), a fleuma (água), a bile amarela (fogo) e a bile negra (terra). 

Esses elementos entravam no corpo pelo ambiente ou pelas comidas ingeridas, consideradas mais ou menos úmidas e “quentes”.

Essa visão de medicina é chamada humoral porque é relacionada a humores, temperamentos. Uma pessoa com excesso de sangue era, assim, excessivamente entusiasmada, uma com fleuma demais era fleumática (indiferente, blasé), com muita bile amarela era raivosa e, no caso da bile negra, depressiva.

O diagnóstico era feito buscando o humor em falta ou em excesso, e complementando ou drenando o fluido do corpo (sanguessugas foram comumente usadas para tirar o que era acreditado como excesso de sangue, por exemplo).

Para você o que é ser saudável hoje? E o que disso tem de semelhante ou diferente dessa visão antiga da medicina?

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Das Buch von Guter Speise: o primeiro livro de receitas da Alemanha

Considerado o primeiro livro de receitas da Alemanha, Das buch von guter spise, ou “O livro da boa comida”, foi escrito mais ou menos no ano 1350, quando livros ainda eram pouco acessíveis, já que a prensa de Gutenberg ainda levaria cerca de um século para ser inventada, e os livros até lá eram copiados um por um à mão.

Mas o que podemos aprender a partir desse livro medieval escrito em Würzburg? 

Além das 166 receitas, é claro, que variam de sopa de frango com cerveja, passando por leitões com maçãs assados no vinho, até vinho de sálvia, a obra nos dá uma noção de qual era a divisão de alimentos e hábitos por classe social.

Parte dos ingredientes, como especiarias do oriente e carne de alta qualidade, por exemplo, era acessível apenas para quem tinha muito dinheiro.

E como o livro era voltado para a burguesia e nobreza de Würzburg, pela análise do documento os historiadores observaram alguns valores dessas classes, como a parcimônia relacionada à comida, vista como uma virtude.

Também podemos entender pelo livro o que era considerado conhecimento básico de cozinha, como leite de amêndoas e massa de donut, para os quais nem se precisava de receita. Nenhum desses é algo que qualquer um saiba fazer hoje de cabeça, isso é claro.

Isso tudo mostra que, a partir da comida, também é possível a gente entender muito sobre como um povo se comporta e o que ele valoriza, e isso é bem interessante.

O que vocês acham que um historiador do futuro poderia observar sobre a sociedade de hoje a partir de uma receita de internet feita, por exemplo, com uso do microondas ou com alimentos industrializados?

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minha história com a história da alemanha

Vocês já pararam para fazer um balanço da sua vida e chegaram à conclusão de que queriam se dedicar mais a seus próprios projetos e ideias? Que tinha algo faltando, incomodando, te impedindo de viver de acordo com as suas prioridades?

Depois de mais de 15 anos trabalhando como jornalista e tendo concluído minha segunda graduação em História, eu sentia isso todos os dias. Uma vontade de empacotar esse conhecimento e essa experiência do meu jeito, que pudesse informar sobre história de forma leve e curiosa, mas embasada. Conectando o tema com meu projeto pessoal de mudança para a Alemanha, eu quis levar algo de novo e construtivo para as pessoas – e também criar uma oportunidade para que eu continuasse estudando e aprendendo. O Somos pq Fomos nasceu no início de 2021 desse incômodo e dessa vontade.

Neste mês comemorei meu primeiro aniversário morando na Alemanha, e refleti muito nesta data sobre dedicar meu tempo de vida a esse projeto. Criar uma rotina de estudo e produção de conteúdo, e colocar isso como prioridade. Nossos projetos pessoais, afinal, merecem e precisam de dedicação. As ideias e possibilidades foram pipocando e não paro de imaginar o tanto de assuntos e formatos que ainda posso explorar e trazer aqui para vocês.

Eu realmente acredito no poder da história de nos fazer compreender o mundo em que vivemos no presente. E com uma linguagem mais tranquila e atrativa, sem as chatices de datas e nomes da escola tradicional. O que te parece?

>>> De fevereiro a abril de 2021 o SPQF produziu um podcast sobre história entre Alemanha e Brasil. Confira aqui a lista de episódios.

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Por que existem tantos castelos na Alemanha?

A Alemanha tem uma quantidade estimada de 25 mil castelos em seu território. Quem viaja pelo país muito provavelmente verá pelo menos um castelo em seus passeios. Não se sabe o número exato deles, mas um levantamento de muitos anos vem sendo feito pelo Instituto de Castelos Europeus (EBI). 

Mas por que tantos castelos? Para começar, depende do que se considera castelo. Segundo o EBI, faz parte do grupo apenas fortalezas com capacidade e intenção de defesa construídas entre o século VIII e o meio do século XVI. O que foi construído depois disso são palácios que, com formato de castelo ou não, tinham como objetivo principal ser palco da vida social da nobreza, e não fortalezas contra invasões.

Com isso, podemos dizer que o único castelo da foto é o Burg Eltz, enquanto o famoso Neuschwanstein (uma das principais atrações turísticas da Alemanha) e o atual Hohenzollern são palácios.

Mas isso ainda não responde a pergunta: por que tantos castelos? Você com certeza estudou sobre Feudalismo. Algum sininho soa quando falamos de suserania e vassalagem? Sem pânico, eu relembro: com o fim do Império Carolíngio, as terras começaram a ser fragmentadas entre a nobreza para aumentar a capacidade de defesa dos territórios em um momento de constantes ataques.

Assim, cada rei dividia seu reino entre diversos membros da alta nobreza, oferecendo parte do território em troca de proteção – não existiam exércitos permanentes nem remunerados, os nobres eram convocados quando necessário.

Esses nobres, por sua vez, dividiam o território recebido em partes menores com o mesmo acordo de terras por proteção, e assim sucessivamente. Em cada um desses pequenos territórios, dependendo das condições financeiras do vassalo, era construído um castelo para proteger a população de ataques. As construções também serviam de moradia para a família do suserano e centro para resolver questões administrativas locais.

Era importante haver muitos castelos também para que a distância percorrida entre um e outro fosse curta, evitando longos períodos de exposição nas perigosas estradas. 

Além dessas fortalezas, havia também os Kaiserpfalz, castelos do imperador para que pudesse percorrer o império em curtas distâncias se alojando nesses locais.

Você já sabia por que a Alemanha tem tantos castelos? O que achou mais interessante da explicação?

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Bebida de batata? Uma história do tubérculo na Alemanha

A relação entre a Alemanha e a batata é mais recente do que parece. Quando começou a chegar das colônias no país em maior quantidade, a partir do século XVIII, a batata era vista com desconfiança e até considerada ruim. Até por isso, e por ser barata, era servida como alimentos para animais.

Logo ela começou a ser usada por pessoas mais pobres para fabricar bebidas destiladas, grandes aliadas contra o frio.

Foram esses camponeses que introduziram a batata como alimento humano na Alemanha, em princípio como substituto para o mingau. Afinal, a batata fornece rapidamente muita energia para o corpo por um baixo custo.

Mas a batata na verdade só passou a ser consumida amplamente quando houve incentivo do governo, começando com Frederico Guilherme I, da Prússia, que decidiu introduzir a batata em Brandemburgo para aplacar a fome a partir de crises causadas por safras ruins e pelos efeitos da Guerra dos 30 anos.

Depois dele, o seu filho Frederico, o Grande, que governou a Prússia por mais de 40 anos, foi um entusiasta do tubérculo. Com as Ordens da Batata, ele ampliou o plantio e o consumo, inclusive instruindo agricultores sobre melhores condições de cultivo e sugestões de uso, que incluíam batatas assadas, farinhas de batata para pães e bolos, purê de batata e cozidas, como acompanhamento para carnes.

Isso abriu as portas para que no século seguinte, a batata fosse incorporada como “prato nacional alemão”. Até hoje, o túmulo de Frederico II, em seu palácio em Potsdam, é homenageado com batatas pelos visitantes.

Fonte: Food Culture in Germany, de Ursula Heinzelmann

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O que os germânicos comiam?

Comedores de frutas silvestres, quark e carne de caça, e bebedores de uma “bebida fermentada de cevada”. É assim que o historiador romano Tacitus descreveu, em 98 d.C., os povos germânicos no livro Germânia. 

Tacitus admirava os germânicos: para ele, eram povos que não tinham sido “estragados” pela civilização. Pessoas que viviam em maior contato com a natureza, ao contrário dos romanos.

Era uma visão de fora, né? Como um romano com críticas a romanos, e não como um germânico (aliás, os germânicos nem se viam como um grupo). 

Mas o fato é que muito do que sabemos sobre os germânicos na Antiguidade vem da descrição dos romanos. Eles eram, de fato, povos que consumiam frutas silvestres, carne de caça e quark. Eles também consumiam muita carne de porco e peixe, algo ignorado por Tacitus.

É bem interessante perceber que todos esses alimentos (e a cerveja) continuam fazendo parte da cultura alimentar alemã.

Mas temos que ter cuidado com o livro de Tacitus fora do contexto em que foi escrito, na Antiguidade. A obra foi resgatada de um mosteiro (a maior parte dos documentos gregos e romanos foram guardados pela Igreja na Idade Média) para ser usada como prova de força e pureza do povo alemão em diversos momentos da história moderna e contemporânea, sendo o mais recente deles o nazismo.

Na distorção nazista, desde tempos imemoriáveis, como supostamente provaria o livro de Tacitus, os germânicos seriam um povo puro, não misturado, não “estragado” pela modernidade. E eles, nazistas, poderiam “repurificar” a nação para retomar essa essência alemã. Que doidera, né?

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A origem do vinho na Alemanha

Os alemães são conhecidos por produzirem boas cervejas, mas a tradição do vinho também é antiga na região. É verdade que os povos germânicos foram caracterizados pelo romano Tacitus por consumir uma “bebida fermentada de cevada” que todos sabemos o que é. Mas a viticultura foi introduzida na Alemanha também há muito tempo, por volta de 51 a.C. pelas tropas romanas subindo o Rio Reno (Rhein), junto com o sistema monetário, estatal e de escrita.

Até hoje, mais de 2.000 anos depois, a região dos rios Reno e Mosela (Mosel) é a principal produtora de vinhos na Alemanha.

Durante algum tempo, na Idade Média, uvas viníferas foram plantadas também no norte e nordeste do país, mas no século XV uma série de geadas destruiu a viticultura nessas regiões.

De qualquer forma, a burguesia e a aristocracia sempre preferiram os vinhos da região do Reno, Mosela e Alsácia.

O primeiro registro da famosa uva Riesling (com este nome), que produz ótimos vinhos brancos, é de 1435, em Rüsselsheim, cidade perto de Frankfurt.

Mas, em 371 d.C., o poeta romano Ausonius já descrevia a produção de vinhos no vale do Mosela, em um poema que ganhou o nome do rio.

A @julia.janelaparaalemanha, alemã (e professora de alemão) que mora no Brasil, é de Koblenz, cidade onde os rios Reno e Mosela se encontram, e ela mostrou a região (e o pai dela, que é super conhecedor, explicou várias coisas sobre os vinhos de lá) nos vídeos “Turistando em Koblenz na Alemanha”, no canal dela no YouTube (Janela para a Alemanha). Vale a pena conferir!

Foto: Friedrich Petersdorff

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Como funcionava a hospedagem na Idade Média?

Estamos tão acostumados com hotéis, pousadas e até Airbnb, que fica difícil imaginar uma época em que essas opções não existiam, né? Você já deve ter estudado na escola sobre o período de encastelamento da Europa, na transição da Antiguidade para a Idade Média, em que havia muitas invasões e violência. Circular por aí não era tranquilo, e poucos faziam isso. Ainda menos pessoas arriscavam a hospedagem de estranhos, com medo de colocar sua vida em risco.

A partir dos séculos VIII e IX, a hospitalidade começou a mudar. Havia 2 formas de se hospedar: a nobreza podia solicitar pousada em qualquer casa, e os moradores eram obrigados a oferecer de tudo (em troca de nada). 

A segunda forma, que valia para a maior parte das pessoas, era a hospedagem como cortesia para mercadores, viajantes e peregrinos. O anfitrião podia ou não oferecer comida, e criava-se uma relação forte com o hóspede, a ponto de um precisar vingar o outro se necessário. Além disso, se um hóspede morresse enquanto estivesse na sua casa, você poderia ficar até com a herança dele!

Nesta época quase não havia tabernas, pois a hospitalidade era na base do favor. Mas, com a retomada das trocas, hospedar como favor passou a ser cada vez mais raro (a não ser para a nobreza). 

O aumento da circulação de pessoas no século XI trouxe a necessidade de lugares onde essas pessoas pudessem passar a noite, comer e beber. Daí as tabernas se multiplicaram. Sua principal função era vender vinho, cerveja e gêneros de primeira necessidade. Apenas algumas ofereciam pousada, e isso foi aumentando aos poucos.

As tabernas tinham uma péssima reputação, mas isso não impediu sua proliferação em lugares com grande circulação de comerciantes e pouco povoamento. Esse movimento tornou cada vez mais comum pagar para se hospedar em vez de ficar na casa das pessoas. Agora esperava-se pagamento pela hospitalidade.

A partir do século XIII, isso foi substituído na Itália e França, e um pouco depois no sul da Alemanha, por hotéis de diversos níveis, enquanto as tabernas deram lugar aos bares.

Fonte: História da Alimentação, de Jean-Louis Flandrin e Massimo Montanari (orgs.)

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O incentivo para aumentar a população da Alemanha é quase tão antigo quanto o país

Você já ouviu falar do Kindergeld? É um benefício do governo alemão, que paga um valor mensal por filho para as famílias. Mas esse tipo de direito oferecido pelo governo com intenção de estimular a natalidade e aumentar a população do país não é recente, e se manifesta de diferentes formas pelo menos desde o início do século XX, quando a Alemanha era um país jovem (desde a unificação).

Durante a Primeira Guerra Mundial, o governo alemão continuou pagando o salário do marido/pai para famílias com nove ou mais filhos. Famílias com filhos também receberam outros benefícios. Métodos contraceptivos foram proibidos e o aborto, que já era ilegal, foi ainda mais dificultado.

Com a crise econômica do entreguerras e maior participação das mulheres no mercado de trabalho, a taxa de natalidade caiu de 2,27, na década de 1920, para 1,98 no início da década de 1930. Ter apenas 2 filhos se tornou a norma. 

Os métodos contraceptivos se popularizaram e os abortos dispararam, chegando a 1 milhão em 1930.

O partido nazista defendia que o principal papel da mulher alemã era ser mãe do maior número possível de “arianos”, e ofereceu uma série de benefícios para incentivar isso. 

A partir de 1933, famílias em que as mulheres casadas não trabalhassem fora de casa podiam receber um “empréstimo” de 1000 marcos (o salário anual era em média 1500). Mas como a cada filho a dívida era abatida em 25%, na prática famílias grandes não precisavam devolver o dinheiro. 

Além disso, grandes famílias também tinham vantagens fiscais, enquanto casais sem filhos pagavam impostos mais altos. O acesso a contraceptivos foi novamente restrito. 

Outra ação do nazismo para estimular o nascimento de crianças foi facilitar o divórcio. O partido acreditava que, acelerando o processo de separação e o “re-casamento”, as pessoas teriam mais filhos. 

Depois da guerra, manteve-se o incentivo ao aumento de natalidade, principalmente na forma de benefícios fiscais.

Você sabia que esse estímulo do governo alemão à natalidade era tão antigo?

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