O cartaz de recrutamento de mulheres para a indústria armamentista, durante a Primeira Guerra Mundial, mostra uma mulher alemã, em segundo plano, em claro sinal de apoio ao soldado alemão, na linha de frente. Como estímulo, lê-se: “Mulheres alemãs trabalham no exército doméstico!”

A propaganda faz parte das campanhas alemãs de incentivo para que mulheres  assumissem os postos de trabalho nas fábricas e permitissem que mais homens fossem para o front de batalha, a partir de 1917. Os salários eram atrativos, e foram criadas agências governamentais para o recrutamento de mulheres.

Mas isso só aconteceu no ano anterior à derrota alemã no conflito. Nos primeiros anos da guerra, foi difícil conseguir trabalho, porque muitas indústrias fecharam e muitos postos eram restritos para mulheres. Em 1916, a Alemanha aprovou o Vaterländisches Hilfsdienst (Serviço de Socorro Patriótico), chamando trabalhadores para a indústria bélica, mas as mulheres não eram permitidas no serviço.

Já havia, desde o primeiro ano da guerra (1914), o Nationaler Frauendienst (Serviço Nacional das Mulheres), focado em resolver problemas sociais associados ou piorados pela guerra. Mas esse trabalho feminino era voluntário, focado no assistencialismo para somar aos esforços de guerra e ajudar o país a vencer.

Por causa da participação das mulheres na indústria bélica, química, engenharia mecânica e serviços como carteiro, houve a impressão de que a força de trabalho feminina aumentou na guerra. Mas na verdade foi registrado apenas o aumento que já vinha ocorrendo desde o século XIX. Essa impressão foi causada pela realocação da força de trabalho para áreas normalmente ocupadas por homens, mas as mulheres nesses postos foram desmobilizadas ao final do conflito.

Esse e outros aspectos da mulher na história alemã fazem parte do episódio de março.

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