A relação entre a Alemanha e a batata é mais recente do que parece. Quando começou a chegar das colônias no país em maior quantidade, a partir do século XVIII, a batata era vista com desconfiança e até considerada ruim. Até por isso, e por ser barata, era servida como alimentos para animais.
Logo ela começou a ser usada por pessoas mais pobres para fabricar bebidas destiladas, grandes aliadas contra o frio.
Foram esses camponeses que introduziram a batata como alimento humano na Alemanha, em princípio como substituto para o mingau. Afinal, a batata fornece rapidamente muita energia para o corpo por um baixo custo.
Mas a batata na verdade só passou a ser consumida amplamente quando houve incentivo do governo, começando com Frederico Guilherme I, da Prússia, que decidiu introduzir a batata em Brandemburgo para aplacar a fome a partir de crises causadas por safras ruins e pelos efeitos da Guerra dos 30 anos.
Depois dele, o seu filho Frederico, o Grande, que governou a Prússia por mais de 40 anos, foi um entusiasta do tubérculo. Com as Ordens da Batata, ele ampliou o plantio e o consumo, inclusive instruindo agricultores sobre melhores condições de cultivo e sugestões de uso, que incluíam batatas assadas, farinhas de batata para pães e bolos, purê de batata e cozidas, como acompanhamento para carnes.
Isso abriu as portas para que no século seguinte, a batata fosse incorporada como “prato nacional alemão”. Até hoje, o túmulo de Frederico II, em seu palácio em Potsdam, é homenageado com batatas pelos visitantes.
Fonte: Food Culture in Germany, de Ursula Heinzelmann
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