Você já ouviu falar do Kindergeld? É um benefício do governo alemão, que paga um valor mensal por filho para as famílias. Mas esse tipo de direito oferecido pelo governo com intenção de estimular a natalidade e aumentar a população do país não é recente, e se manifesta de diferentes formas pelo menos desde o início do século XX, quando a Alemanha era um país jovem (desde a unificação).

Durante a Primeira Guerra Mundial, o governo alemão continuou pagando o salário do marido/pai para famílias com nove ou mais filhos. Famílias com filhos também receberam outros benefícios. Métodos contraceptivos foram proibidos e o aborto, que já era ilegal, foi ainda mais dificultado.
Com a crise econômica do entreguerras e maior participação das mulheres no mercado de trabalho, a taxa de natalidade caiu de 2,27, na década de 1920, para 1,98 no início da década de 1930. Ter apenas 2 filhos se tornou a norma.
Os métodos contraceptivos se popularizaram e os abortos dispararam, chegando a 1 milhão em 1930.
O partido nazista defendia que o principal papel da mulher alemã era ser mãe do maior número possível de “arianos”, e ofereceu uma série de benefícios para incentivar isso.
A partir de 1933, famílias em que as mulheres casadas não trabalhassem fora de casa podiam receber um “empréstimo” de 1000 marcos (o salário anual era em média 1500). Mas como a cada filho a dívida era abatida em 25%, na prática famílias grandes não precisavam devolver o dinheiro.
Além disso, grandes famílias também tinham vantagens fiscais, enquanto casais sem filhos pagavam impostos mais altos. O acesso a contraceptivos foi novamente restrito.
Outra ação do nazismo para estimular o nascimento de crianças foi facilitar o divórcio. O partido acreditava que, acelerando o processo de separação e o “re-casamento”, as pessoas teriam mais filhos.
Depois da guerra, manteve-se o incentivo ao aumento de natalidade, principalmente na forma de benefícios fiscais.
Você sabia que esse estímulo do governo alemão à natalidade era tão antigo?
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