Como comprar bilhete de metrô em Berlim (2024)

como comprar bilhete de metrô de Berlim
como comprar bilhete de metrô de Berlim
máquina de bilhete no metrô de Berlim (U-Bahn)

A forma mais fácil, rápida e barata de se locomover por Berlim normalmente é usando o transporte público. Por isso eu ensino, neste post, a comprar seu bilhete de metrô em qualquer estação de Berlim, assim como escolher o ticket mais adequado ao que você precisa.

As máquinas de compra de bilhete têm uma cara diferente no U-Bahn, S-Bahn e tram (bonde), porém todas têm as mesmas opções principais, e o bilhete é válido para qualquer modalidade, inclusive ônibus.

Pontos a considerar na escolha do bilhete:

  • Bilhetes avulsos valem a pena só se você for usar no máximo dois bilhetes no dia todo
  • O bilhete avulso fica mais em conta se você comprar o combo de 4 por vez
  • Cada bilhete avulso vale por 2 horas, qualquer modalidade, mas você não pode voltar com o mesmo bilhete (mesmo dentro das 2 horas)
  • Há bilhetes avulsos para trajetos curtos (Kurzstrecke, ou short trip) que são mais baratos, mas você só pode usar para se locomover 3 estações de metrô ou 6 de ônibus/bonde
  • Se você vai usar o transporte mais de 2 vezes em um dia, minha sugestão é comprar o bilhete de 24 horas. Atenção: ele só precisa ser validado uma vez, quando você for começar a usá-lo, e será válido até 24 horas depois disso
  • Existe opção com desconto para pequenos grupos em 24 horas (até 5 pessoas)
  • A maior parte das atrações fica na zona AB
  • O aeroporto, o campo de concentração e Potsdam são zona C, e você pode ou comprar um bilhete ABC, ou, se já tiver um bilhete de 24h para zonas AB, pode comprar apenas uma extensão de zona C avulsa (fica mais barato). Caso você vá chegar em Berlim pelo aeroporto e ir embora também por ele, e estiver em 2 pessoas, sugiro comprar o combo de 4 bilhetes ABC
  • Não se esqueça de validar o seu bilhete após a compra! Os postezinhos ao lado das máquinas de bilhete servem para isso (coloque o bilhete lá dentro até que apite)
  • Caso prefira, instale o aplicativo da BVG no seu celular e compre bilhetes por lá. Neste caso, a validação do bilhete é pelo próprio aplicativo – para isso você precisa estar com bateria e internet quando/se o controlador passar pedindo os bilhetes!

Se você vai fazer um tour comigo e vai se deslocar na ida e na volta do tour de transporte público, bem como durante o tour, sugiro a compra do bilhete de 24 horas, zonas AB (lembrando que há opção com desconto para grupo de até 5 pessoas).

Neste vídeo, eu te ensino a comprar qualquer bilhete de metrô em Berlim e a validá-lo:

Abaixo seguem as telas mostradas no vídeo para você ver com calma. Atenção às legendas!

Isso é o que aparece quando você toca a tela da máquina de bilhete. para mudar a língua, toque no botão com as várias bandeiras no canto inferior direito
Selecione a língua que você deseja usar. Eu selecionei inglês.
Aqui você poderá escolher o seu bilhete, entre o avulto (Single ticket), 4 bilhetes avulsos com desconto (4-trip-ticket), de curto trajeto (Short trip), 24 horas (24-hour ticket), aeroporto (Airport BER) ou, ainda, clicar em “other tickets” para escolher o bilhete de 24 horas para grupo de 5 pessoas
Caso sua opção tenha sido o bilhete de curto trajeto, a máquina vai perguntar se você quer comprar apenas 1 ou se quer 4 (com desconto)
Quando você clica no bilhete escolhido, aparece esta tela. Nela, você pode já pagar, ou então tocar na opção “several tickets” (vários bilhetes) se quiser comprar mais de 1 na mesma operação
Se você escolher comprar mais de um bilhete, vai aparecer esta tela. Aperte no número de bilhetes que você quer comprar e depois toque em “buy now” (compre agora). Depois basta usar seu cartão ou inserir o dinheiro na máquina, aguardar a impressão e validar o bilhete que vai usar naquele momento

Caso prefira, nesta página da empresa de transportes de Berlim BVG você pode comparar todas as opções de ticket de transporte público e decidir qual se adequa mais ao planejamento de vocês (o site tem opção interna em inglês, se quiser mudar).

O sistema de transporte público de Berlim é chamado de “sistema de confiança” porque não tem catracas, ou seja, eles confiam que você vai comprar o bilhete antes de usar o transporte. Caso você seja pego por um controlador sem bilhete (ou com um bilhete não validado), você é obrigado a pagar uma multa.

Mas e como saber qual transporte pegar e em qual direção? Minha primeira sugestão é usar o Google Maps, que é super conectado à rede municipal de transportes (inclusive quando há mudanças temporárias) e de fácil uso. Dentro dele é importante selecionar o ícone de transporte público ao calcular o trajeto. Outra opção é baixar o aplicativo de trajetos da BVG, mas eu acho ele um pouco mais difícil de usar do que o Maps.

O bilhete de 49 euros

Já ouviu falar do bilhete de transporte de 49 euros mensais que inclui não apenas todo o transporte público de todas as cidades alemãs, mas também todos os trajetos para aeroportos e viagens em trens regionais ilimitadas? O nome desse bilhete é Deutschland ticket, e ele é uma opção para quem vai ficar mais tempo no país e usar bastante a rede de transporte. Mas como ele foi criado para moradores da Alemanha, como resposta à inflação causada pela guerra, e é uma assinatura, a compra do ticket não é tão simples, e não pode ser feita nas máquinas de metrô. Informe-se no site da BVG e, caso compre, precisa ser com antecedência e lembre de cancelar também com antecedência para não pagar um segundo mês automaticamente.

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Quedlinburg: uma cidade de mais de 1000 anos com o maior conjunto de casas tradicionais da Alemanha

Quedlinburg é uma cidadezinha da Alemanha a poucas horas de Berlim, e com mais de 1000 anos de história. Suas mais de 2.000 casas em estilo enxaimel (com a estrutura visível de madeira, chamam-se Fachwerk em alemão) são o maior conjunto do tipo na Alemanha.

Elas foram construídas entre os séculos 14 e 19, e grande parte está em bom estado. Por isso a cidade é protegida como patrimônio mundial da UNESCO, e é considerada uma joia subestimada do país. Caminhar por suas ruas é viajar no tempo para a Alemanha medieval, como você pode ver nas fotos abaixo, que tirei na minha visita (feita em dezembro de 2023).

Foi em Quedlinburg que o duque da saxônia Henrique I (Heinrich der Vogler, ou Heinrich I) se tornou, no ano 919, o primeiro rei “alemão” – ou não franco – da Frância Oriental. Essa era a parte mais a leste do enorme território de Carlos Magno (Império Carolíngio), que foi quebrado em três reinos no Tratado de Verdun. A parte mais a leste gerou o Sacro Império Romano Germânico, que no século 19 se tornou, em grande parte, a Alemanha.

Os detalhes das construções, como os pentagramas de proteção entalhados nesta casa, nos ensinam sobre o dia a dia e as crenças daqueles que viveram na cidade séculos atrás. Foto: Carmen Guerreiro

Em sua visita a Quedlinburg, não deixe de visitar a cripta da igreja sobre o morro, onde está enterrado o rei Heinrich I, e aproveite para conferir o tesouro de 1000 anos da igreja. Ele foi pilhado durante a Segunda Guerra, mas quase todo recuperado na década de 1990. Apesar disso, a cidade sobreviveu com poucos estragos após o conflito. Aliás, há conexões de membros da cúpula do nazismo com a cidade, já que olhavam muito para aspectos da tradição e para a origem do povo alemão. Himmler, por exemplo, chefe da SS nazista, se considerava a reencarnação do rei Heinrich – e não só porque eles compartilhavam o mesmo nome.

Para aprender mais sobre Quedlinburg, o posto de turismo da cidade, na praça central, oferece aparelhos de audioguia e um mapa para explorar os detalhes do centro histórico (porém há opções apenas em inglês, alemão e japonês).

Outra curiosidade sobre Quedlinburg: é de lá a primeira médica mulher reconhecida na Alemanha. Dorothea Christiane Erxleben viveu no século 18 e foi educada para a medicina pelo seu pai, que também era médico, assumindo a clínica após o falecimento do pai.

Casa da médica Dorothea Erxleben, primeira médica reconhecida da Alemanha. Foto: Carmen Guerreiro

Os outros médicos duvidavam da sua competência por ela ser uma mulher, e processaram Dorothea para que ela perdesse seu poder de clinicar. A médica teve que provar sua qualificação, e passou nos testes com louvor. Assim, em 1754, ela foi a primeira mulher na Alemanha a receber seu chapéu de médica no país.

Quedlinburg fica no estado Saxônia-Anhalt (ou Alta Saxônia), a cerca de 3 horas da capital Berlim.

Para quem tem o ticket de transporte de 49 euros, é possível chegar lá apenas com trens regionais.

Assista ao vídeo que fiz em Quedlinburg.

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East Side Gallery: a história do maior trecho do Muro de Berlim

Poucos meses após a queda do Muro de Berlim, 118 artistas pintaram murais no trecho que hoje é a East Side Gallery. Metade deles era da Alemanha oriental, e o restante de 21 outros países.

O objetivo era representar suas esperanças, os medos e as críticas relacionadas ao momento histórico, e o que a queda daquela fronteira significava. Os murais ficaram prontos antes da unificação alemã, de 3 de outubro de 1990, e simbolizam esse momento.

Por causa da dor e revolta causados pelo muro, a maioria foi a favor da sua demolição após 1989. Mas alguns trechos se mantiveram de pé como memoriais do período, inclusive para relembrar o que o muro representou. A East Side Gallery é o maior desses trechos, embora tenha sido todo picotado por causa de interesses privados no terreno.

Porém o processo de memorializar o local não foi linear nem intencional, apesar dos murais terem sido um sucesso instantâneo.

Isso trouxe algumas perdas materiais, porque a falta de preparação do Muro para o projeto fez com que diversas obras originais fossem perdidas. E imateriais, porque não houve um debate e projeto único para pensar a memória do muro na cidade, criando lacunas e abandonos, por um lado, e redundâncias por outro.

Recentemente a East Side Gallery ganhou alguns totens (foto abaixo) com textos que ajudam a contextualizar o muro como lugar de memória, e a dar mais sentido ao patrimônio.

O beijo soviético

O mural mais fotografado na East Side Gallery é a obra de Dmitri Vrubel, “Meu Deus, me ajude a sobreviver a este amor mortal”. A obra reproduz artisticamente uma foto do beijo entre os líderes Leonid Brezhnev (da URSS) e Erich Honecker (da Alemanha Oriental), tirada no aniversário de 30 anos da República Democrática Alemã (DDR) em 1979.

Com a reprodução, o título e o contexto do Muro como plataforma de protesto, o artista ironizou a conexão profunda entre DDR e URSS e o aspecto das perseguições e mortes decorrentes dos dois regimes autoritários.

Você gosta dessa atração de Berlim? Conte sua opinião nos comentários!

Meus eternos agradecimentos à Roberta Caldas (@mamaeoutdoor), especialista em patrimônio que me guiou pela East Side Gallery e apresentou diversas questões em torno da galeria.

Endereço: Mühlenstraße, Berlin (entre estações Ostbahnhof e Warschauer Straße)

Assista ao vídeo que fiz na East Side Gallery.

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Palácio Charlottenburg, a antiga residência de verão da monarquia prussiana em Berlim

Você conhece o Palácio Charlottenburg, essa imensa antiga residência de verão da monarquia prussiana que fica na cidade de Berlim? O palácio principal da família real ficava onde hoje é a Ilha dos Museus, onde está o Humboldt Forum.

O nome “Charlottenburg” vem do nome de Sophie Charlotte, primeira rainha prussiana. Charlotte = a rainha, burg = castelo, logo Charlottenburg significa “o castelo da rainha Charlotte” (ainda que seja um palácio, não um castelo – entenda a diferença entre palácio e castelo aqui).

O lugar recebeu esse nome porque inicialmente a construção foi finalizada em 1699 como um pequeno palácio para o lazer de Sophie Charlotte.

Quando ela e o marido se tornaram líderes do novo reino da Prússia, em 1701, o palácio foi ampliado com inspiração no glorioso Palácio de Versalhes, na França.

Desde então, o maior complexo palaciano de Berlim foi reconstruído e ampliado várias vezes. Os principais danos foram causados pelos bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial.

Hoje o lugar funciona como museu, reconstruído e decorado para simular o palácio original.

Endereço: Spandauer Damm 10, Berlin

Assista ao vídeo que fiz dentro do Palácio Charlottenburg.

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Höhenschönhausen: a prisão secreta da Stasi em Berlim, na Alemanha Oriental

Prisão da Stasi em Berlim

A prisão da Stasi, polícia secreta e política da Alemanha Oriental, ficava escondida no bairro de Höhenschönhausen, em Berlim. 25 mil pessoas ficaram presas neste complexo prisional “invisível”, já que não constava em nenhum mapa, e a população não sabia da sua existência. Em torno do local era uma zona militarizada, com acesso apenas pelo governo da Alemanha Oriental, e funcionários da própria Stasi moravam – muitos ainda moram – no entorno da prisão.

carro na Prisão da Stasi em Berlim
Esse era um dos veículos disfarçados e usados pela Stasi para levar pessoas para interrogatórios na sua prisão em Berlim

Normalmente as pessoas eram trazidas para essa prisão em vans disfarçadas de carros de serviço, como floricultura ou padaria. As pessoas ficavam em pequenas celas sem janela na parte de trás da van, e o veículo rodava por horas, para desnortear, enjoar e assustar as pessoas. Assim, elas não tinham noção se estavam perto ou longe de onde a viagem começou. Não sabiam sequer se ainda estavam em Berlim.

A experiência era tão assustadora como um todo, que 90% das pessoas “confessavam” no primeiro dia.

Para ser preso pela Stasi (apelido do MfS – Ministério de Segurança de Estado) bastava emitir uma opinião diferente da norma (podia até ser uma piada), consumir cultura do lado ocidental, criticar o governo, conhecer alguém assim, ou até mesmo, em alguns casos, se aplicar para um visto para sair do país. Além disso, se você tentasse fugir do país, ou soubesse de alguém e não delatasse, ou, ainda, auxiliasse alguém a fazer isso, ir para essa prisão era uma certeza.

Na prisão eram usadas táticas de isolamento, chantagem, privação de sono, humilhação, entre outros “jogos” mentais para quebrar as pessoas psicologicamente. Os agentes passavam por um curso superior em Potsdam onde se especializavam nisso – sendo a uma tática de destaque a repetição incessante das mesmas perguntas.

Alguns lugares da prisão, como as salas de interrogatório, foram usados para a gravação do filme “A vida dos outros” (Das Leben der Anderen), que mostra com detalhes o trabalho da Stasi, com foco na investigação de um diretor de teatro e na relação que o agente cria com ele e sua namorada ao vigiar de perto sua vida privada.

A prisão da Stasi em Höhenschönhausen foi convertida em memorial, e hoje oferece tours pelo prédio com guias – alguns que já foram presos políticos ali.

Valor para adultos: 8 euros por pessoa (2023)

Endereço: Genslerstraße 66, 13055 Berlin

Assista ao vídeo que fiz dentro da prisão da Stasi em Höhenschönhausen, Berlim.

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5 comidas típicas para experimentar em Berlim – e a origem de cada uma delas

currywurst comidas típicas Berlim

Quando me perguntam quais são as comidas típicas de Berlim, é difícil responder com precisão. Afinal, é uma cidade muito mais caracterizada pelo mix das culturas de diversos imigrantes do que por algo mais tradicional e fixo, como é o caso de Munique.

O que já foi considerado típico no passado, muitas vezes não é mais. E nem sequer é fácil de encontrar nos restaurantes da cidade.

Possivelmente o que há de mais “típico” para comer em Berlim são lanches – em especial a Currywurst e o Döner Kebab. Por isso minha lista é de 5 lanches para comer em Berlim.

1. Currywurst

currywurst comidas típicas Berlim
Foto: Canva Pro

Berlim e Hamburgo disputam a invenção desse salsichão coberto de molho de ketchup com curry, criado no pós-Segunda Guerra com a chegada dos condimentos trazidos pelos aliados. Na versão berlinense, Herta Heuwer começou a vender o lanche no seu quiosque na Kantstraße, em Charlottenburg, em 1949.

O lugar não existe mais, mas o primeiro local a vender o lanche do lado oriental ainda está de pé e funcionando: Chama Konnopke’s Imbiss, e fica em um quisque embaixo da linha suspensa do metrô, em Prenzlauer Berg. A currywurst é tão amada em Berlim que são vendidas 70 milhões de unidades por ano na cidade – em número, só perde para o nosso próximo item da lista.

2. Döner Kebab

Döner Kebab comidas típicas Berlim
Foto: Canva Pro

A Associação de Fabricantes de Kebab Turco credita o imigrante Kadir Nurman como primeiro a trazer o tipo de churrasco vertical da Turquia para a Alemanha.

Ele teria inventado o famoso Döner Kebab em Berlim na década de 1970, usando um pão pita, carne e cebola. O pão, aliás, é o diferencial da versão berlinense – por isso, quem diz que “já conhece” Kebab sem ter experimentado o de Berlim, deveria comer a versão da capital alemã. Atualmente essa é a comida de rua mais pedida na cidade, tendo passado a currywurst em 2022!

Os turcos hoje formam a maior comunidade de imigrantes da Alemanha, pois vieram para o país em massa a partir da década de 1960, em um acordo de mão de obra com a Alemanha Ocidental. Aliás, tenho um post sobre isso.

3. Pfannkuchen

Pfannkuchen comidas típicas Berlim
Foto: Canva Pro

Esse donut recheado de geleia é chamado de Berliner na maior parte da Alemanha, de Krapfen na Baviera e, em áreas menores, de Kräppel ou de Fastnachtsküchle.

O fato é que os berlinenses alegam que o doce é da cidade, e sua origem remonta ao século 18, quando era referenciado em diferentes fontes como uma massa frita e recheada de geleia de frutas.

4. Rollmops

Rollmops comidas típicas Berlim
Foto: Canva Pro

A cozinha do norte da Alemanha se destaca pelo uso de peixes, enquanto a do sul faz mais uso de farinha. Esse rolinho de arenque marinado e enrolado em torno de um pepino em conserva, tido popularmente como ótimo remédio para ressaca, é um petisco berlinense do início do século 19.

5. Bánh Mì

Bahn mi comidas típicas Berlim
Foto: Canva Pro

Esse sanduíche é o único da lista que não foi inventado na capital alemã, mas em Saigon, no Vietnã, a partir da influência dos colonizadores franceses (vide a baguete francesa na qual ele é servido).

É difícil andar por Berlim e não encontrar uma porção de restaurantes vietnamitas. Houve duas grandes migrações do Vietnã para a Alemanha dividida da Guerra Fria: refugiados do sul, que buscaram asilo do lado Ocidental, e trabalhadores convidados do norte, que chegaram do lado Oriental como parte de um acordo internacional de mão de obra semelhante ao que o lado Ocidental fez com a Turquia.

Esse post faz parte do lançamento do meu novo roteiro de história da comida e da cerveja em Berlim! Para mais detalhes sobre roteiros, valores e dúvidas, veja este post e/ou me mande um e-mail para carmen@somospqfomos.com.

Qual desses lanches é seu preferido? E qual é sua dica de onde experimentar essas comidinhas em Berlim?

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Lançamento do meu novo tour de história da comida e da cerveja em Berlim

tour de cerveja Berlim
tour de cerveja Berlim
Essa na minha mão é a cerveja típica de Berlim, criada no século 16. Falamos no tour da sua história enquanto degustamos suas novas versões

Que tal entender como a batata chegou na Alemanha e se tornou um item básico da culinária local? E as curiosidades sobre os luxuosos banquetes da corte prussiana? 

O que foi novidade quando o assunto é comer e beber na efervescente Berlim dos loucos anos 1920? E como as grandes guerras mundiais e a Guerra Fria afetaram a alimentação dos berlinenses?

E mais: você gostaria de aprender, com uma historiadora, sobre a história da cultura cervejeira em Berlim enquanto experimenta cervejas locais?

Se você se interessa por história e por comida e cerveja como cultura, esse passeio é para você.

Formato do tour

Quantas pessoas podem participar? De 1 a 6 pessoas

Quais são os horários e a duração? Das 15h às 17h30 ou das 17h30 às 20h. O tour dura 2 horas e meia

Quanto nós caminhamos? Um pouco mais de 2 quilômetros

Perguntas e respostas

Os custos do que for consumido estão inclusos no valor?

Não, os estabelecimentos devem ser pagos diretamente

Eu não bebo cerveja, este tour também é para mim? 

Com certeza! O tour é para quem curte história, e se interessa pelo tema comida e bebida do ponto de vista cultural

Eu gostaria de comer também, é possível? 

Por causa do tempo de preparo e para comer, o tour foca apenas em bebidas. No final do tour é sempre possível permanecer na cervejaria para comer ou seguir para um dos restaurantes recomendados

Eu vou aprender como se faz cerveja? 

Este não é o propósito do tour. Nosso foco é histórico e cultural

Este é um tour no estilo “pub crawl” / “bar hopping”? 

Não. Tours de pub crawl / bar hopping são passeios coletivos com foco no consumo de bebidas em diversos estabelecimentos. O nosso foco é histórico e cultural, com a oportunidade para degustação de cerveja duas vezes durante o tour.

Gostou? Para mais detalhes sobre roteiros, valores e dúvidas, me mande um e-mail para carmen@somospqfomos.com.

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Uma visita ao Palácio das Lágrimas: o local onde famílias separadas pelo Muro de Berlim se despediam

Tränenpalast palácio das lágrimas

Ao lado da estação Friedrichstraße, em Berlim, fica o Tränenpalast, ou Palácio das Lágrimas. Este era um lugar de passagem para quem tinha permissão de atravessar a fronteira entre a Alemanha Ocidental e Oriental.

Hoje é um museu gratuito que explica esse procedimento de travessia, e também as condições de vida na Alemanha Oriental. Há uma parte bem interessante que reúne histórias de fuga de cidadãos orientais, organizadas em malas com documentos pessoais e um vídeo da pessoa contando sua trajetória.

Tränenpalast palácio das lágrimas
entrada do museu Tränenpalast (Palácio das Lágrimas). Foto: Carmen Guerreiro

O ponto alto do museu é poder passar por uma das cabines de checagem de vistos, e sentir um pouco da tensão e da claustrofobia de quem atravessava a fronteira por ali (clique para ver o vídeo deste momento).

O local expõe não apenas objetos relacionados à divisão, mas também explicações sobre as restrições da Alemanha Oriental e as placas que orientavam os viajantes no checkpoint. Confira as fotos para ver as telas que ilustram como o local (assim como a Alemanha Oriental em si) era altamente vigiado.

Você já foi neste ou em outro museu que retrata a divisão da Alemanha na Guerra Fria? Me conta nos comentários qual e o que achou!

Assista ao vídeo que fiz dentro do Palácio das Lágrimas.

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5 dicas para mergulhar na história de Colônia

Catedral de Colonia

Colônia foi uma cidade bastante destruída pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial, mas diversos locais históricos sobreviveram à tragédia e podem ser visitados hoje. Nesse post você encontra a minha seleção, que mistura elementos da Antiguidade, da Idade Média e do nazismo.

1. Catedral de Colônia

Nenhuma foto ou vídeo que já vi faz jus a este lugar. A principal atração de Colônia (e uma das principais da Alemanha) é sua colossal catedral medieval, uma das maiores do mundo. A construção gótica começou em 1248, e foi concluída apenas no final do século 19 com a ajuda da monarquia prussiana a partir de Berlim.

O local é impressionante não apenas pelas suas dimensões, mas por hospedar peças belíssimas de arte sacra, além dos seus lindos e gigantescos vitrais e órgãos.

No disputado mundo das relíquias católicas, a catedral de Colônia ocupa um lugar especial por abrigar, segundo a fé cristã, as relíquias dos três reis magos.

2. Alter Markt e Kölsch

Essa praça representa os primórdios de Colônia, registrando mais de 2000 anos de história, com elementos romanos, medievais e reconstruções do pós-guerra. O Alter Markt é a casa da prefeitura medieval da cidade. Para quem visita Colônia, o local é repleto de restaurantes tradicionais onde é possível apreciar a Kölsch, cerveja local (também histórica, aliás). Mas caso queira fazer como os locais, pegue uma garrafa de Kölsch em um Kiosk e atravesse o rio Reno para assistir ao sol se pôr com uma linda vista da catedral.

Ruina romana Colonia
Trecho de muralha romana em um estacionamento subterrâneo. Foto: Carmen Guerreiro

3. Vestígios romanos de 2000 anos

É impossível dissociar Colônia da sua história romana, já que a fundação e até mesmo o nome da cidade são uma consequência da dominação do Império Romano sobre a região.

Vestígios romanos de aproximadamente 2000 anos estão espalhados por todo o local – há uma lista de uma dezena deles na página do museu Romano-Germânico (​​Römisch-Germanisches Museum).

A instituição fica ao lado da Catedral, e foi construída onde antes havia uma vila romana.

O prédio está temporariamente fechado, mas a exposição está aberta na Belgian House (Cäcilienstrasse 46).

4. EL-DE Haus e o passado nazista

Para quem se interessa pela história do nazismo, é possível visitar a antiga sede da Gestapo (polícia secreta) do regime em Colônia. O local escapou dos bombardeios e hoje serve como centro de documentação e memorial. O porão do prédio foi usado como prisão, e preserva cerca de 1800 inscrições de prisioneiros para registrar os horrores do regime nazifascista.

5. Käthe Kollwitz e a dor da guerra

Para mim, poucos artistas alemães conseguiram retratar a dor e o sofrimento das perdas humanas e materiais das grandes guerras mundiais como Käthe Kollwitz. Criadora da pietá que homenageia as vítimas da guerra e da tirania na Neue Wache em Berlim, Käthe Kollwitz está presente em quatro lugares de Colônia: 

  1. No museu Käthe Kollwitz (temporariamente fechado em 2023, porém há peças do acervo no tesouro da catedral enquanto isso);
  2. No memorial dos pais em luto (Grieving Parents), uma obra comovente no meio da ruína da igreja Alt St. Alban (foto abaixo);
  3. O anjo flutuante, uma obra de Ernst Barlach com o rosto da amiga Käthe Kollwitz para homenagear os mortos da Primeira Guerra, na Antoniterkirche (foto abaixo);
  4. O túmulo Levy, esculpido por Kollwitz a pedido da viúva de um comerciante judeu vítima do nazismo, no cemitério judaico Bocklemünd.

Recomendo também que quem estiver na cidade faça um tour com o Augusto, do @detalhesdeviagem, para conhecer a catedral e muitos outros lugares que fazem parte da história de Colônia e entender o significado deles. Aliás, obrigada Augusto por contribuir com informações para esse post!

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Kino International, o cinema de Berlim que é uma janela para a Alemanha Oriental

Kino International em Berlim

Gosta de cinema? Então vamos falar de uma pérola histórica de Berlim: o Kino International, um cinema que é uma janela para a Alemanha Oriental. Construído em 1963, quando o Muro de Berlim dividia a cidade, esse era o local das grandes estreias de cinema.

O interior dele é lindo e tem vista para a Torre de TV. O local também serviu de cenário para uma cena da série Kleo, da Netflix, que conta a história de uma ex-agente da Stasi (polícia secreta da Alemanha Oriental) buscando vingança pelo que a instituição causou em sua vida em uma vibe bem Kill Bill (assista à cena no meu Instagram).

Kino International em Berlim
Em frente ao Kino International ficam dois prédios do mesmo complexo cultural, o Café Moskau e o Mokka-Milch-Eisbar, que são um retrato arquitetônico da época.

A Alemanha Oriental ruiu, mas o Kino International não. Após a reunificação, o cinema foi comprado por um grupo e continua em funcionamento, e é usado no importante festival de cinema Berlinale. Ele recebe muitos estrangeiros, já que exibe alguns filmes com áudio original, e não dublado como é mais comum na Alemanha.

Você já assistiu Kleo? O que achou?

Na pesquisa que fiz nos stories do Instagram, 56% das pessoas nunca tinham ouvido falar deste cinema. E você?

O Kino International fica na Karl-Marx-Allee, 33, Berlin. Este é o site para compra de ingressos.

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