Até onde você iria para mobilizar outras pessoas contra o nazismo? Você colocaria sua vida em risco para resistir ao brutal regime? Foi o que fizeram os irmãos Sophie e Hans Scholl e seu amigo Christoph Probst, fundadores do grupo de resistência Weiße Rose (Rosa Branca), que foram executados há exatamente 80 anos – no dia 22 de fevereiro de 1943.

Os dois eram estudantes da Universidade de Munique Ludwig-Maximilians, e junto com amigos começaram a escrever panfletos anti-nazistas que eram distribuídos pela universidade e alguns outros locais – os últimos tiveram uma tiragem maior e alcançaram diversas outras cidades.

Memorial para os irmãos Scholl e a Rosa Branca em frente à Ludwig-Maximilians-Universität München. Wikimedia Commons

As mensagens tinham apelo moral, criticando a apatia da sociedade alemã (especialmente dos intelectuais da academia) diante dos abusos, mentiras e crimes cometidos pelo governo. Nos panfletos, eles também pedem a sabotagem da engrenagem de guerra.

Depois da batalha de Stalingrado contra os soviéticos, em que os nazistas foram esmagados, não havia mais possibilidade de vencer a guerra, e o regime fez questão de combater ações de resistência com ainda mais repressão para tentar se manter no poder, não perder apoio popular e adiar a derrota pelo máximo de tempo possível.

Os irmãos Scholl e seus amigos sabiam que a atividade dos panfletos era extremamente arriscada e de pouco alcance. Porém não se conformavam com o que viam acontecer, de como a população alemã assistia amplamente calada (ou conivente) e de como eles próprios acabavam sendo reconhecidos como n4zistas por estrangeiros e membros dos grupos perseguidos apenas por serem alemães. Muitos concordavam, mas a maioria tinha medo de falar qualquer coisa, pois sabia que as consequências disso eram prisão, interrogatório, tortura e morte.

Além dos panfletos, a Weiße Rose passou a pixar muros de Munique com palavras como “liberdade”, para mostrar ao povo que havia resistência e que o regime podia ser questionado.

No dia 18 de fevereiro de 1943, enquanto jogavam panfletos no hall da universidade (veja foto nesse post), os irmãos Scholl foram vistos pelo zelador da instituição e levados para a reitoria. De lá, foram levados para a Gestapo para interrogatório, e executados no mesmo dia do julgamento.

Apesar de terem feito, como a maioria dos alemães, parte dos grupos de jovens ligados ao nazismo e em princípio com entusiasmo, a partir das referências e dos valores que tiveram em casa os irmãos Scholl cresceram e começaram a questionar o que viviam e testemunhavam naquela sociedade.

Você tem alguma pergunta sobre a Rosa Branca ou Sophie e Hans Scholl? Você acha que teria coragem de arriscar sua vida fazendo resistência ao regime nazista?

Hall central da Ludwig-Maximilians-Universität München, de onde os irmãos Scholl atiraram os panfletos que os fizeram ser detidos. Foto: Bjoern Laczay, de Moosburg, Alemanha. Wikimedia Commons

Para saber mais sobre o grupo e Sophie Scholl, seguem sugestões:

Filmes: Die weiße Rose (1982) e Sophie Scholl – Die letzten Tage (2005)

Livro paradidático para aprendizado de alemão pela leitura: Sophie Scholl – Die Weiße Rose, de Achim Seiffarth (nível A2)

Projeto de Instagram: @ichbinsophiescholl produziu conteúdo com atores como se fosse Sophie e seu irmão e seus amigos organizando a Rosa Branca, simulando se as redes sociais existissem naquela época.

Acesse os panfletos da Rosa Branca (em inglês). 

Fontes: Sophie Scholl – Die Weiße Rose, de Achim Seiffarth, e LeMO (museu online do Deutsches Historisches Museum)

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